A natação em águas abertas ( natação no mar) vem ganhando força no Rio. Há dez anos Luiz Lima nadou os 35 km do Leme ao Pontal ( travessia de natação no mar )
RIO – Lá se vão dez anos desde a travessia que mudou não só a vida do nadador Luiz Lima como também impulsionou um esporte que tem a cara do Rio: a natação no mar. Atleta olímpico e pan-americano de 400, 800 e 1500 metros, Lima caiu de amores pelo mar quando abandonou as disputas na piscina.
Chegou a ser pentacampeão da Travessia dos Fortes, prova de 3,5 km, na Praia de Copacabana, e tricampeão da Travessia das Cagarras.
Em 2008, deu a guinada decisiva. Assistindo a uma homenagem na TV ao ídoloTim Maia, pensou: “Por que não? por que não nadar do Leme ao Pontal?” Os 35 km não são moleza. Não à toa, o percurso nunca tinha sido completado por nenhum nadador. Mesmo para um atleta como Lima não era fácil. Sua maior distância até então tinha sido 10 km.
Depois de treinar até 80 km por semana, no dia 14 de dezembro de 2008 ele deu a largada no Leme a uma hora da manhã e chegou às 10h no Pontal. Foram nove horas nadando na água gelada. Teve cãibra, foi atingido por água viva, mas chegou na praia feliz.
— Foi a coisa mais emocionante que eu fiz na vida.
O sucesso da empreitada animou Lima. Com o apoio de patrocinadores, fincou no ano seguinte sua tenda no Posto Seis, em Copacabana, para ensinar o carioca a nadar no mar. No mesmo ano, começou a ser disputado o Circuito Rei e Rainha do Mar. Na última edição, em dezembro do ano passado, quatro mil nadadores amadores se lançaram no mar para disputar as provas de 1 a 10 km, além de corrida na areia e corrida de stand up paddle.
Competições como o Rei e Rainha atraíram a atenção de gente interessada em treinar no mar. Hoje, entre o Posto Seis e o Cinco, em pouco mais de 500 metros, existem outras seis assessorias esportivas que dão aulas de natação.
— Quem nada ao ar livre valoriza a liberdade — acredita Lima.
Há que se ter algumas condições favoráveis. Mar calmo e limpo são fundamentais, o que acontece neste trecho de Copacabana na maior parte do ano. Do Leme ao Pontal, nem sempre é assim. Mario Jorge Hilarino, que fundou O Treino em 2009, primeiro armou sua tenda no Recreio. Não funcionou. As constantes ressacas atrapalhava as aulas. Nove meses depois se mudou para o Posto Seis, onde continua.
— A natação no mar ainda tem muito a crescer no Rio. Com o clima que temos, as aulas acontecem o ano inteiro — defende Hilarino.
Pedro Rego Monteiro, do Rei e Rainha do Mar, concorda.
— Em dezembro, tivemos mais de 200 participantes na prova de 10 km. Algo impensável há alguns anos.
As competições são fundamentais para atrair mais praticantes. O ano promete. Há grande expectativa para a volta da Travessia dos Fortes, entre o Forte do Leme e o de Copacabana, no Posto Seis. Já está 100% garantida a Travessia das Cagarras, mais conhecida como Travessia dos Bravos.
A prova, em 13 de outubro, é pesada. Os nadadores vão de barco até as Ilhas Cagarras e de lá nadam em direção à Praia de Ipanema. Além da distância, 4,5 km, a dificuldade aumenta por causa das fortes correntes perto das ilhas. Só os bravos chegam às areias do Posto 9.
Por segurança, o número de inscritos é limitado a 400.
— O número de salva-vidas é praticamente o mesmo. Não corremos riscos — diz Bernardo Fonseca, diretor da X3M, organizadora da travessia.
Fonseca acredita que o boom da natação no mar está ligado ao sucesso das provas de corrida de rua.
— Os corredores, para se aprimorarem, começaram a nadar. Mas na piscina é monótono. Por isso as assessorias incorporaram o treino no mar. E aí a natação em águas abertas entrou na moda — avalia.
Mas o melhor é que ela não é exclusiva para atletas atrás de boas performances.
— Qualquer um pode fazer. Os benefícios são enormes. Além de manter a saúde, tem o lado emocional. A pessoa melhora a capacidade de tomar decisões em situações de estresse — diz Hilarino, do grupo O Treino.
O maior incentivo para colocar a touca e mergulhar nas águas plácidas do Posto Seis é assistir a uma aula em qualquer das assessorias esportivas que ocupam a areia. O público é variado. Estão lá desde atletas marombados até senhoras gordinhas. No grupo de Luiz Lima, são cerca de 250 alunos, sendo que 50 vagas são gratuitas. Mesmo que tem medo do mar é bem-vindo. Aos poucos, o medo é substituído pelo prazer em nadar olhando o Pão de Açúcar. De vez em quando, em dias de água transparente, a recompensa é maior e é possível se deparar com um filhote de tartaruga próximo ao Forte de Copacabana. Um privilégio.
Fonte original: https://oglobo.globo.com/rio/a-natacao-em-aguas-abertas-vem-ganhando-forca-no-rio-22446131#ixzz5AKHXYLzO stest
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