Quando falamos de corrida, a primeira coisa que vem em nossa mente, é comprar um par de tênis e sair mundo a fora como se fosse o Forrest Gump, e ai, quando chegamos nos primeiros 5 à 10 minutos estamos bufando, coração disparado, pulmão ardendo, as pernas bambas, conseguimos ouvir/sentir nossa pulsação na cabeça e uma sensação horrível, parece que é morte!
Em 68, o Dr. Cooper escreveu o livro Aerobics, que visava melhora do condicionamento das forças armadas Norte Americanas, depois disso com o famoso teste de Cooper, criado pelo mesmo Dr. Cooper que é um teste de corrida de 12 minutos com classificações pré estabelecidas de acordo com o sexo e faixas etárias e, inicialmente foi voltado à atletas, ajudou a massificar a prática da corrida no Brasil, e se tornou moda falar a seguinte frase “vou fazer um cooper” essa era a referencia à vou sair e correr, interessante como essa moda pegou e ai que mora o perigo.
Todo mundo comprava um par de tênis e saia correndo, peraí, mas nessa época quais eram os tênis existentes?
Opcões de calçados tecnológicos para corrida
*Existia também o Rainha, All Star e o Montreal.
O interessante é que nessa época, não existiam treinadores de corrida, os calçados não tinham amortecimento, mas ninguém tinha lesões em quadril, joelhos, tornozelos…
Com o tempo a industria esportiva foi crescendo, a de calçados não perdeu a onda e ai começaram a aparecer os tênis de corrida, Nike, Puma, Rainha System em seus mais diversos modelos, o fato interessante é que a partir daí, o número de lesões relacionados a corrida cresceram muito, um fato relevante é que as pessoas continuaram a treinar sem orientação, seus tênis, agora tinham tecnologia especial de amortecimento e foram criados especialmente para corrida.
Uma coisa todos essas marcas tem em comum, estimulavam a pisada tocando o solo primeiro com o com o calcanhar, ao invés de tocar primeiro com a parte anterior do pés, na imagem abaixo você pode visualizar as diferenças entre as pisadas.
Naturalmente sempre corremos utilizando a forma natural de corrida, pisando com a parte anterior do pé, quando somos crianças e corremos, jogamos bola, ou em outras brincadeiras como piques, correndo descalços ou até mesmo calçados, sempre utilizamos a parte anterior dos pés, então quando começamos a treinar corrida com um “treinador” o cara é bom, dá muitos treinos de tiros, “termino meus treinos todo dolorido, meus tempos estão baixando”, o cara é bom tão bom que não corrige e além disso ensina tudo errado, do nada pitam algumas lesões e dores de tornozelos, quadris, joelhos entre outras e ninguém sabe a causa.
Existe uma forma que sempre utilizamos naturalmente e ainda sim existem algumas pessoas que tentam criar pesquisas para provar o contrário, mas não precisamos discutir muito, é só utilizar três testes simples e básicos aqui que você pode realizar em um local pequeno, até mesmo na sua casa se desejar.
Teste 1 – Experimente saltar com uma perna e depois saltar com as duas pernas e repare ao cair e tocar o solo se você tocou com o calcanhar ou com a parte anterior dos pés.
Teste 2 – Corra descalço e repare como seus pés tocam primeiro o solo, caso toque com o calcanhar primeiro – isso será praticamente impossível – depois experimente correr descalço e tocar com a parte anterior dos pés, sinta a diferença de conforto em correr de uma forma para a outra.
Teste 2 – Experimente correr calçado e realizar diferentes sprints ou tiros com velocidades variadas tocando o solo com o calcanhar e depois experimente com a parte anterior dos pés.
Experimente cada um dos testes para vivenciar essas diferentes formas, mas já adianto os sentimentos, todas as vezes que “pousar” com o calcanhar a impressão é que você está num carro e passando por uma estrada esburacada, diferente do pouso com a parte anterior dos pés que é muito mais eficiente e suave.
Ainda tem dúvidas com relação à técnica de pisada mais eficiente na corrida?
É só observar os tênis minimalistas olhem seus formatos e seu amortecimento e repare o quão parecidos com os nossos antigos Bamba, Conga e Kichute os calçados de hoje só não tem aquele charme de amarrar o cadarço na “canela” rsrsrs
A explicação resumida para tudo isso, é muito simples, nosso corpo tem diversas articulações e músculos, quando estamos correndo nosso corpo tem sua fase aérea, que é quando os dois pés estão sem contato com o solo, se ao cair ou pousar esse contato for com o calcanhar, os joelhos precisam estar estendidos e isso cria uma frenagem, ao invés de criar propulsão a frente, se você quer ir para a frente seus joelhos devem estar levemente flexionados e o seu pouso deve ser com a parte anterior dos pés, dessa forma seus músculos e articulações reduzem a sobrecarga pois funcionam como amortecedores, a carga é transformada em energia impulsionando seu corpo a frente por como uma catapulta.
O resultado final disso tudo é vida longa às suas articulações, menos dores durante seus treinos, tempos melhores a cada ciclo de treinos concluídos e uma corrida com uma técnica encaixada.
Já reparou como os corredores de elite e os bons corredores parecem estar num ritmo confortável?
Sabe qual o grande segredo deles?
Muito treinamento de técnica, muitos educativos antes dos tiros, ladeiras e longos, existe muita técnica, muita ciência, muita física e biomecânica por trás do sucesso.
Esse tema é inesgotável, e por isso abordarei outros pontos em outros artigos futuros.
Gostaria de saber a sua experiência a respeito da sua técnica de corrida! Vamos discutir? Interaja conosco! Gostou do artigo? Clique em curtir, recomende, compartilhe, envie para seus amigos!
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